Efeitos do Excesso Sexual Sobre o Indivíduo e as Pessoas de Seu Convívio/Efeitos Sociais e Culturais da Anarquia Sexual
O capítulo 3 nos traz os efeitos que o excesso sexual pode trazer em vários aspectos da vida.
Aqui nos é apresentado o aventureiro sexual, aquela pessoa que passa a viver uma falsidade, já que, ele precisa mentir para o seu parceiro.
Esse indivíduo vive em busca do prazer excessivo e os valores passam a não ter mais tanta relevância. Logo, a violação dos votos conjugais se torna iminente, assim como, é posto de lado os deveres para com os filhos e outros familiares.
Além disso, o libertino passa a ter forte influência sobre seus familiares, porque de certa forma ele acaba desordenando toda a vida da família.
Acontece que, uma relação desordenada pode trazer inúmeros transtornos para as pessoas envolvidas na relação. Esses transtornos podem perdurar por toda a vida e causar grandes estragos. Portanto, não se pode descartar que quem passou por tal trauma poderá viver para sempre com uma insegurança no tocante a vida conjugal e talvez a pessoa que esteja ao seu lado não consiga mostrar o caminho da felicidade a dois.
Sobre isso diz o autor:
“Um caso de amor ilícito ou promíscuo sempre envolve mais indivíduos do que os parceiros sexuais. Cada libertino tem alguma família – marido ou mulher, pai e mãe, filhos, irmãos e outros parentes. Eles não podem deixar de se preocupar profundamente com o comportamento desonroso do libertino. Não podem deixar de sentir profunda mágoa e vergonha pela infâmia que pesa sobre o nome da família. E são presas também de intensa ansiedade e medo pelo futuro do transgressor”.
(SOROKIN, 1954, p. 73)
Em suma, as situações mencionadas nesse capítulo abrem as portas para a instabilidade emocional das pessoas, elas passam a não encontrar mais a sua paz interior e acaba prevalecendo a desordem em um universo com falsos valores.
Efeitos Sociais e Culturais da Anarquia Sexual
O capítulo 4 fala sobre várias questões importantíssimas no tocante aos efeitos da anarquia sexual, contudo e até para não me tornar repetitiva só me coube pontuar citações que me chamaram muita atenção.
“Com a propagação da liberdade sexual através do mundo ocidental moderno, o índice de nascimentos começou a declinar, principalmente em consequência da limitação voluntária, mas também em parte devido à esterilidade involuntária”.
(SOROKIN, 1954, p. 79)
Isso perdura até os dias atuais, já que, muitos casais optam por não ter filhos ou dizem que resolveram “substituí-los” por animais domésticos o que não faz sentido nenhum.
“De vez em quando, a sociedade tenta encontrar sua salvação no rearmamento religioso e moral. Os pecadores deixam-se converter e conduzir ao Senhor após a oração de um evangelista eloquente, o evangelho de esperança de um messias embusteiro, a advertência severa de um profeta autonomeado, ou os conselhos melosos de um conselheiro espiritual da moda. Alguns libertinos começam até a assistir a serviços religiosos e muitos deles começam mesmo a ler avidamente vários livros sobre Como obter Saúde, Riqueza, Felicidade, Paz de Espírito e um Lugar no Reino de Deus pela Religião, coisa que será obtida com presteza e facilidade e com a condição usual da recompensa em dobro”.
(SOROKIN, 1954, p. 83)
Essa busca incessante pela mudança de forma rápida é totalmente ineficaz. Uma pessoa em sã consciência sabe que o caminho para uma transformação é árduo. Eles até conseguem te enganar um pouco com a falsa sensação de mudança, mas ela é passageira.
“A sociedade obcecada pelo sexo viola sem hesitação as leis divinas e humanas, destrói todos os valores. (…) Destrói a verdadeira liberdade do amor normal, e, em vez de enriquecer e enobrecer a paixão sexual, redu-la a simples cópula”.
(SOROKIN, 1954, p. 85)
Quero compartilhar um dos exemplos marcados pela ocorrência da anarquia sexual, escolhi esse exemplo por conta da grande maioria conhecer pelo menos um pouco da história:
“Durante a Revolução Francesa a onda de maré da anarquia sexual varreu toda a nação. O decreto do divórcio de 20 de setembro de 1792 eliminou praticamente todos os obstáculos do divórcio e baixou a idade de casamento mínimo de 13 anos para as mulheres e 15 anos para os homens. O índice de divórcios subiu tão vertiginosamente que em 1796-97 seu número excedeu o de casamentos. Ainda maior foi o número de abandonos. O número de crianças abandonadas subiu de 23.000, em 1970, para 63.000, em 1798. Houve um aumento semelhante no número de prostitutas, cujas “desordens e comportamento desavergonhado excediam em hediondez tudo o que se pode conceber”. Não só adultos, mas até crianças se comportavam de maneira escandalosa”.
(SOROKIN, 1954, p. 96)
“As escórias da sociedade lembram Sodoma e Gomorra. E lado a lado com esta licenciosidade comum, tornaram-se ocorrências diárias de ações sádicas. Em suma, a devassidão atingiu ao máximo”.
(SOROKIN, 1954, p. 96)
É inegável que a Revolução Francesa foi marcada pela decadência do matrimônio que perdura até os dias atuais.
Como se não bastasse, quem conhece a história de Sodoma e Gomorra consegue imaginar a orgia que rolou durante a Revolução Francesa, certo?!
Outro ponto importante e que podemos afirmar é que, a Revolução Francesa foi um período bem confuso na história da civilização ocidental. Além da marca pela desordem na sociedade ela contou com as inspirações iluministas anticristãs da época.
Portanto, esses trechos apenas corroboram as conquistas pela liberdade sexual obtidas naquele tempo.
Com isso, finalizo com o último parágrafo desse capítulo e te proponho a fazer uma reflexão com os dias atuais:
“A época em que se podia guardar segredo das iniquidades de nossos chefes já passou. Passou também a época da glorificação de governantes cujo verdadeiro comportamento contradizia sua imagem idealizada. O único meio de reconquistar a autoridade moral e a influência carismática é ser realmente bom”.
(SOROKIN, 1954, p. 100)